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terça-feira, 8 de junho de 2010

ASPECTOS CULTURAIS E TURÍSTICOS DE MARAPANIM- O CARIMBÓ

O Município de Marapanim, situado na Costa Atlântica do Pará, é um dos mais promissores pólos turísticos do Estado do Pará, obtendo nos três anos seguidos, 1997, 1998 e 1999, o selo de município prioritário para o desenvolvimento do turismo, da EMBRATUR.
A diversidade de atrativos naturais, históricos e culturais existentes em Marapanim resulta numa gama de elementos fundamentais ao desenvolvimento da economia turística do município.
De um lado, as praias oceânicas de Marudá, Crispim e Camará, está ultima representando o acesso a um conjunto de praias selvagens como Ajiruteua, Sacaiteua e Sauá, todas situadas nas ilhas oceânicas de Cajutuba e D. Pedro, em frente a Camará, ilhas de rara beleza cênica, ideal para a pratica do ecoturismo.
De outro lado, o patrimônio cultural representado pelo conjunto arquitetônico de meados do século XIX e, pelas manifestações folclóricas dessa região como o BOI BUNBÁ, as FOLIAS, o LUNDU, as QUADRILHAS ROCEIRAS, os CORDÕES DE PÁSSAROS, e o carro-chefe dessas manifestações que é o CARIMBÓ, música e dança de origem racial diversificada.
O carimbo era, inicialmente, denominação dos tambores de troncos de arvore escavada, com uma das extremidades recoberta por pele de animal Sivestre, de dimensões diferenciadas. São cavalgadas pelos tocadores que os batem com ambas as mãos às guias de vaquetas. Posteriormente, a denominação estendeu-se a musica, à dança e ao próprio grupo que a executa.
A dança do Carimbó caracteriza-se como dança de pares soltos em que os tocadores não dançam. O instrumental é composto de tambores, milheiros, maracás, flautas ou clarinetes, violas e banjos.
Suas origens, formadas na aculturação das raças formadores – negras e indígenas – o Carimbó é hoje uma dança típica do Estado do Pará: dança de mestiços, mulatos, mamelucos e cafuzas – como a cultura brasileira – a Amazônia não traz a marca nem o espírito das raças que lhe deram origem, mas o altíssimo sentido de brasilidade que lhe emprestam os mestiços de todos os matizes. A indumentária, notadamente de Marapanim, é simples, porem vistosa, rendada e florida.
O carimbo tem faceta como a Dança da Onça, do macaco, do jacaré-coroa e do Peru de Atalaia. Esta última dança é muito interessante e requer a habilidade do apanhador do lenço e é imitativa do peru, quer pelo circulo que descreve, quer pela mímica dos dançarinos, alem da alusão a essa ave, nos cantos.
Na dança do peru, a dama coloca um lenço no chão, no centro da roda formada pelos pares. Começa a dança, os pares se agitam e cada uma vai ao centro dançar em torno do lenço. Depois das evoluções e imitações que todos vêm fazendo como se fosse um peru, o cavalheiro é obrigado a apanhar o lenço estendido no chão. Se o cavalheiro não apanhar o lenço, sai da dança apupada. Se o apanhar, sai de braço como a dama, que tira o lenço de sua boca e o leva até o grupo de dançadores ou até o local onde haja alguém homenageado na festa, para entregar o lenço com certa reverencia.
O carimbo, uma mistura de canto e dança foi levada por mestiços que se fixaram na localidade de Santo Antônio, hoje Maranhãozinho, no município de Marapanim, por volta de 1870. Com a criação da Confraria de São Benedito, que incluía ladainhas e rezas, o carimbo passou a integrar o lado profano da festa religiosa.
Em 1900, a festa de São Benedito oficializou o carimbo como sua maior manifestação.

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